Fonte: Revista TN Petróleo, redação com assessoria
Segundo dados de um estudo do Institudo de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) a indústria naval brasileira cresce 19,5% ao ano desde 2000 e os
investimentos no setor já atingem cerca de R$ 149,5 bilhões. O estudo foi
comandado pelo coordenador de Infraestrutura Econômica, Carlos Campos Neto, e
pelo técnico de Planejamento e Pesquisa, Fabiano Pompermayer, e deu origem ao
livro "Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil - 2000-2013". A
publicação será lançada na Marintec South America - 11ª Navalshore, principal
evento do setor, que ocorre de 12 a 14 de agosto, no Rio de Janeiro.
Abordando visões econômicas, políticas,
institucionais e um panorama histórico da retomada da indústria naval, a
publicação traça um perfil dos principais players mundiais, traz comparações
entre Coréia do Sul, China e Brasil quanto à incidência tributária, além de
destacar a competitividade nacional.
Desde os anos 2000, as encomendas da Petrobras, que
gradativamente priorizaram o conteúdo local, impactaram o setor e atraíram
investimentos. "Na época tínhamos 1.900 empregados no setor naval e, hoje,
caminhamos para 70 mil trabalhadores. Esse crescimento já demonstra a
importância que a indústria naval e offshore passou a ter no mercado
nacional", destaca Neto, que ainda aponta que este ressurgimento da se deu
graças à estímulos vinculados à expansão do setor de petróleo e gás e ao início
da exploração do pré-sal, que aumentou a demanda e multiplicou estaleiros, em sua maioria
especializados em embarcações de apoio às plataformas.
De acordo com Carlos Campos Neto, os próximos 30
anos são promissores. "Ainda há muito pré-sal a ser descoberto e petróleo
a ser explorado em águas profundas do nosso nordeste. Com as encomendas já
colocadas até 2020, os investimentos no setor devem ultrapassar os R$ 200
bilhões", prevê.
Apesar das expectativas, é preciso ter cautela
segundo Neto. "No caso da retirada das políticas de apoio do Governo, o
que vai acontecer com a indústria naval? Conseguiremos competir com o mercado
internacional? As portas de saída precisam estar sinalizadas para que não sejam
repetidos os mesmos erros do passado e o futuro seja ainda mais
promissor", finaliza.
O pesquisador Carlos Campos Neto participa das
conferências da Marintec South America - 11ª Navalshore no dia 14 de agosto. Em
painel que debate a Infraestrutura Brasileira, Campos Neto apontará os fatores
do ressurgimento da indústria naval brasileira e analisará o setor de navipeças
no Brasil, a incidência tributária no setor naval e as expectativas de mercado.
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