domingo, 16 de setembro de 2012

Petrobras - Concorrência agita Construção Naval


Fonte : MONITOR MERCANTIL


Uma encomenda da empresa número um do país está agitando os meios empresariais. Ao lançar concorrência para construção de cinco sofisticados barcos lançadores de tubulações, a Petrobras não fez licitação restrita ao mercado local, mas abriu a disputa ante o mercado internacional. A decisão preocupa não só líderes da construção naval, como da indústria fornecedora, pois, com um navio, são feitas encomendas de parafusos, artefatos de borracha, móveis de madeira, escotilhas e motores - todos comprados pelos estaleiros no mercado interno.

A dor de cabeça dos empresários é mais intensa diante da situação mundial. Na Europa, a taxa de desemprego é crescente, especialmente entre os jovens, o que enfraquece os governos locais. Na Ásia, não só China, Coréia e Japão têm alta produtividade, como recebem subsídios que nenhuma entidade internacional consegue aferir com exatidão. É difícil competir com europeus e asiáticos nesse momento. Cada navio lançador de tubos tem custo unitário estimado em US$ 300 milhões, o que significaria, a grosso modo, encomenda de US$ 1,5 bilhão que tanto pode ficar no mercado interno como ser feita em nação distante da Ásia ou em subsidiado estaleiro europeu.

A preferência do Governo Federal por obras no Brasil tem sido contestada por grande número de políticos e economistas. No entanto, a principal resposta da indústria é a de que o sobrecusto nacional não pode ser medido isoladamente, mas teria de ser visto de forma ampla. Um metalúrgico empregado deixa de requerer seguro-desemprego, Bolsa Família e, possivelmente, pode sair da fila do INSS para usar plano de saúde privado. Além disso, a maior demanda por trabalhadores na última década fez com que fosse ampliada a oferta de cursos técnicos, o que aumentou a capacitação dos profissionais do setor.

No início da gestão de Dilma Rousseff, houve preocupação com excesso de encomendas para a construção naval, mas os dirigentes do setor citam que o grande número de novos projetos já iniciados afasta essa possibilidade. Para analistas do setor, a decisão final é mais política do que econômica. Nos Estados Unidos, centro do capitalismo mundial, não se permite capital estrangeiro em empresas de telefonia. Para os norte-americanos, as empresas de navegação de cabotagem precisam ter capital local, quando, no Brasil, empresas brasileira de capital estrangeiros têm todos os direitos.

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