domingo, 16 de setembro de 2012

Pernambuco contratou 357 Estrangeiros. Ministério do Trabalho autorizou a entrada de 32.913 Estrangeiros p/ trabalhar no Brasil


Fonte : DIÁRIO DE PERNAMBUCO - ECONOMIA



Fonte : DIARIO DE PERNAMBUCO ECONOMIA
Rosa Falcão


Somente no primeiro semestre,região recebeu 2.517 pessoas de fora para trabalhar em várias atividades
Indústria naval é um dos segmentos que atraem estrangeiros em busca de oportunidades longe da crise

Crise econômica com desemprego em alta nos países da Zona do Euro. Falta de mão de obra qualificada em áreas estratégicas aqui no Brasil. Esses dois ingredientes estimulam a corrida de estrangeiros em busca de ocupação no país. Até junho deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) autorizou a entrada de 32.913 interessados em trabalhar em terras brasileiras. Esses profissionais já somam 2.517 no primeiro semestre na Região Nordeste. Em Pernambuco são 357 “gringos” só nos seis primeiros meses do ano espalhados em vários setores de atividades.

Norte-americanos, holandeses, ingleses, indianos, portugueses, alemães, espanhóis, argentinos, japoneses e tantas outras nacionalidades. Os idiomas se misturam com o sotaque nordestino. Além dos salários entre 30% e 40% mais altos comparados ao país de origem, o custo de vida mais baixo, o clima quente e a hospitalidade atraem os estrangeiros. No ano de 2011 foram autorizados pelo MTE 472 vistos de trabalho para pessoas de outros países em Pernambuco. Esse número poderá dobrar nos próximos anos com a operação da Refinaria Abreu e Lima e o início da produção da fábrica da Fiat, em Goiana.

O diretor de capital humano da consultoria Ernest Young, Lenie Ah-Time, diz que o aumento dos investimentos em Pernambuco está atraindo os estrangeiros. Além disso, a Europa enfrenta a saturação de mão de obra que migra para outros continentes em busca de emprego. Em julho, o desemprego bateu o recorde de 18 milhões de pessoas nos 17 países que usam a moeda única, o euro.

Segundo o executivo, as oportunidades estão nas empresas instaladas no Complexo Industrial Portuário de Suape, em especial na indústria naval, na área de energia eólica e no setor automotivo. Ele acrescenta que os profissionais são de nível técnico e superior com visto temporário, e dependendo do tipo do projeto, a autorização pode ser renovada. “Existem aqueles que vêm a longo prazo para ocupar cargos de nível gerencial e de chefia”.

Além de conseguir emprego, os estrangeiros têm o nível salarial maior do que os nativos, sem contar com o pacote de benefícios indiretos que diferencia a remuneração. De acordo com o executivo da Ernest Young, dependendo do nível gerencial, país de origem e escolaridade, a remuneração pode ser 40% maior. A consultoria tem escritório em Pernambuco e entre as áreas de atuação está o planejamento da contratação de mão de obra estrangeira para as empresas que pretendem se instalar no estado.

Oportunidades e bons salários

Ela tem dupla cidadania: italiana e brasileira. Fez o curso de graduação em inglês e teologia nos Estados Unidos. Construiu a carreira em várias empresas norte-americanas do setor financeiro. Até a avalanche financeira atingir os EUA em 2008 e lhe tirar o emprego. Adriana Ruspolli decidiu voltar ao Brasil em busca de oportunidades. Depois de garimpar em algumas empresas no Sudeste, ela se instalou no Recife, onde ocupa a função de assessora de relações internacionais do Grupo Ser Educacional.

“A experiência que tive lá fora foi importante, porque aqui falta mão de obra. Coincidiu que eu tenho a qualificação que a empresa precisava”, diz. Adriana faz os contatos com as empresas dos Estados Unidos e de outros países que se interessam em manter intercâmbio com o Grupo Ser Educacional. “A remuneração no Nordeste está melhorando para quem vem de fora, mas ainda está abaixo de São Paulo e do Rio de Janeiro”, confere.

A tradutora argentina Raquel Basto, 46 anos, migrou da Argentina para o Brasil para desenvolver um projeto social. Quando chegou no Recife não quis mais sair. Hoje ela trabalha como tradutora na área internacional da MV, empresa de tecnologia. “Estou trabalhando no desenvolvimento de sistemas em espanhol para ajudar a empresa a entrar no mercado internacional”. E completa: “Aqui há duas vantagens, que são o salário melhor e o custo de vida menor”.

O analista de sistemas peruano Ramiro Arce, 43 anos, também se deu bem em Pernambuco. O objetivo inicial era encontrar a namorada e casar. Primeiro ele foi professor de espanhol e em pouco tempo conseguiu ocupação na sua área profissional. “No Recife temos um polo grande de informática e foi fácil conseguir emprego. Aqui falta profissional da área. Na empresa em que eu trabalho há vagas para serem preenchidas e falta mão de obra”. E o futuro? Alguma dúvida? “Pretendo fazer a minha vida aqui”. Ele também é funcionário da MV. (R.F.)

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