Prataforma P-35 da Petrobras é interditada
Publicada em 21/10/2011 às 20h46m
Fonte: Fabiana Ribeiro (fabianar@oglobo.com.br)
RIO - O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) informou que a plataforma P-35, situada no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, foi interditada por risco de vazamento de gás. O Ministério Público do Trabalho (MPT) constatou falhas nos mecanismos de inspeção das tubulações dos sistemas de gases da plataforma, que não detectaram a corrosão de um dos dutos, o que gerou o vazamento de gás e a contaminação dos trabalhadores no fim de setembro. Também foram verificadas falhas nos sensores que permitem detectr a presença de monóxido de carbono na atmosfera. E, para agravar, informa a procuradora do Trabalho Isabela Maul Miranda de Mendonça, o vazamento ocorreu próximo ao sistema de admissão do ar condicionado, disseminando o gás tóxico na parte interna da embarcação.
A Petrobras afirma que desde o dia 7, a plataforma estava em parada programada de manutenção e agora está em retomada de produção. Entretanto, a empresa reconhece que foi notificada por auditores da Superintendência Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (SRTE/RJ) a manter paralisadas as operações de transferência de óleo dos tanques de petróleo e o sistema de ventilação dos tanques da água separada do petróleo.Segundo a empresa, a paralisação desses sistema não impede o retomada da produção.
- Foram interditados dois sistemas da P-35 que liberam monóxido de carbono e gás sulfídrico. O que significa interromper a produção da plataforma. Ambos os sistemas já haviam apresentado problemas. Interditados não oferecem riscos e, portanto, não é necessário desembarcar os trabalhadores que estão na plataforma - explica Marcos Breda, diretor do Sindipetro-NF.
O sindicato já havia feito um pedido de interdição da unidade à Agência Nacional do Petróleo (ANP), ao MPT, à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e à Marinha. O Sindipetro-NF informou que o pedido de interdição da P-35 foi referendado por 126 trabalhadores da Petrobras e de empresas privadas do setor petróleo em assembleia.
O sindicato diz ainda ter recebido informações de que, na madrugada desta sexta-feira, ocorreu contaminação de 2 PPM de gás sulfídrico nas acomodações dos petroleitos. A informação, diz a entidade, teria sido confirmada nesta sexta, pela Petrobras em reunião com o MPT.
No fim de setembro, a Petrobras retirou 22 trabalhadores que foram intoxicados por causa da presença de dióxido de carbono na plataforma P-35, na bacia de Campos . O gás é utilizado para manter um selo inerte (sem oxigênio) nos tanques de armazenamento de petróleo da plataforma. Segundo a estatal, na época, a produção não foi interrompida. A plataforma tem uma produção de óleo de 55.719 mil barris por dia. A produção de gás é de 360.000 m3/d. Ao todo, conta com uma tripulação formada por 200 pessoas.
Em agosto do ano passado, denúncias publicadas no GLOBO sobre os riscos aos trabalhadores na plataforma P-33 acabaram levando à sua interdição pela ANP. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, admitiu na época que a P-33 e outras plataformas tinham problemas de conservação.
Globo Online
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