ENSAIO IRIS
Fontes de Informação:
Carlos Madureira – BBL - BUREAU BRASILEIRO
Carlos Madureira – BBL - BUREAU BRASILEIRO
Nicolau Sevciuc – BBL - BUREAU BRASILEIRO
Mike Birchall – PAN AMERICAN INDUSTRIES
RUA TAGIPURÚ, 235 – 7º ANDAR – PERDIZES – CEP 01156-000 –
SÃO PAULO – BRAZIL
bbl@bbl.com.br
1. RESUMO
Em função da crescente utilização do ensaio IRIS (Internal Rotary Inspection System) pelos mais variados
segmentos industriais, tornou-se necessário o desenvolvimento de novas tecnologias visando
aumentar a produtividade e eficiência do ensaio. Procuramos neste trabalho apresentar o que já foi feito e
o que virá num futuro próximo.
2. INTRODUÇÃO
Em 1992, a BBL - BUREAU BRASILEIRO introduziu no Brasil, a técnica do ensaio IRIS, que por sua vez já
era utilizado nos estados Unidos e Europa desde 1979. Esta técnica foi desenvolvida por engenheiros e técnicos
da SHELL, que necessitavam ter uma maneira de inspecionar os tubos dos trocadores de calor de suas
Refinarias. O primeiro protótipo ficou pronto em 1977, e versão final em 1979.
Como a execução deste tipo de serviços não era o objetivo da companhia, a tecnologia foi repassada a
várias empresas, entre elas a PAN AMERICAN, e a partir daí o uso da técnica se difundiu rapidamente.
Com o passar dos anos os equipamentos foram evoluindo passando de analógicos a digitais,
acompanhando o desenvolvimento dos computadores, tanto a nível de hardware como de software.
3. PRINCÍPIO DE OPERAÇÃO
O princípio de operação do sistema é baseado na técnica ultra-sônica de pulso-eco para medição de
espessura. O transdutor converte o pulso elétrico em ultra-som (US). Devido ao fato da transferência do US
do meio sólido para gasoso ser extremamente ineficiente, é utilizada água como meio de
transmissão/acoplamento.
O pulso-eco é transmitido através da água até a parede interna do tubo, onde a maior parte da energia sônica é
refletida de volta ao transdutor. Uma pequena parte (aproximadamente 10%) é transmitida através da parede
do tubo e é em grande parte refletida na parede externa do tubo em direção à parede interna. Novamente uma
pequena parte do sinal é transmitida para a água e retorna ao transdutor.
Os dois pulsos refletidos (o 1º da parede interna e o 2º da parede externa do tubo) retornam ao transdutor e
geram sinais elétricos, que são defasados pelo tempo necessário para o US percorrer a distância parede
interna - externa - interna, isto é, duas vezes a espessura.Como este tempo é proporcional à distância percorrida
pelo US, a espessura pode ser determinada, medindo-se a defasagem do tempo entre a 1ª reflexão (parede
interna) e a 2ºª reflexão (parede externa). Isto é feito eletronicamente.
A maneira como a técnica de pulso/eco é utilizada para medir as paredes dos tubos é ilustrada na figura 1.
A maneira como a técnica de pulso/eco é utilizada para medir as paredes dos tubos é ilustrada na figura 1.
Figura 1: Técnica de pulso-eco
4. SITUÇÃO ATUAL
Hoje em dia existem máquinas analógicas e digitais, com características que descreveremos a seguir:
4.1. MÁQUINAS ANALÓGICAS
A foto a seguir apresenta o modelo PAN AMERICAN IV, com seus principais componentes:
Figura 2: Conjunto IRIS – Analógico
Estas máquinas se caracterizam pela sua robustez e durabilidade. O ajuste é feito através dos botões
existentes no painel frontal e para a obtenção da imagem ela necessita estar conectada a um
osciloscópio .
A imagem do tubo obtida na tela é de formato B-Scan, (seção transversal do tubo) conforme abaixo
representado, não sendo possível sua gravação em meio magnético, apenas é possível fotografar a tela
do osciloscópio, utilizando uma máquina Polaroid adaptada para este fim.
Figura 3 - Imagem IRIS da seção transversal do tubo em formato B Scan
Como todo equipamento eletrônico sua operação é afetada pela presença de ruídos de rádio
freqüência e um mau aterramento.
4.2. MÁQUINAS DIGITAIS
A foto a seguir apresenta o modelo PAN AMERICAN ULTIMA, com seus principais componentes:
Figura 4: Conjunto IRIS – Digital
Estas máquinas se caracterizam pela versatilidade e facilidade de operação pois todos os ajustes são feitos
pelo teclado do computador. O computador neste caso é parte integrante da máquina e as imagens são
projetadas em sua tela.
A imagem obtida na tela além do formato B-Scan, pode ser Circular e D-Scan conforme ilustrações
abaixo representados, toda a inspeção realizada pode ser gravada em meio magnético, e o relatório é gerado
a partir destes dados.
Figura 5: Imagem Circular e Perfil do Ttubo em D Scan
Figura 6: Imagem C Scan
Como as máquinas analógicas, sua operação é afetada pela presença de ruídos de rádio freqüência e um mau
aterramento.
5. NOVOS DESENVOLVIMENTOS
Visando melhorar a produtividade do ensaio está em desenvolvimento o seguinte:
5.1. AVANÇO AUTOMÁTICO DA SONDA
Este dispositivo já está desenvolvido e permite o avanço da sonda de forma automática, inclusive
indicando a posição de menor espessura quando recebe o comando vindo do teclado. Este dispositivo
deve ser utilizado com a máquina digital e possibilita que o ensaio seja executado com um operador somente.
5.2. TURBINA IMERSA EM ÓLEO
Este dispositivo está em desenvolvimento e o seu objetivo é evitar o enchimento dos tubos com água,
principalmente no caso em que os tubos não podem ter contato com a água.
5.3. CABEÇOTE ADAPTADO PARA
DETECÇÃO DE TRINCAS
Este desenvolvimento é de maior complexidade pois
busca agregar ao ensaio uma ferramenta importante
que é a determinação de defeitos lineares, como
trincas.
A maior dificuldade está no fato de que os cabeçotes
atuais emitem feixes sônicos normais e para que
possam detectar os defeitos citados, eles devem emitir
feixes em ângulos previamente determinados.
Os pulsos gerados deverão ser “traduzidos” para o
computador poder interpretar os resultados de
espessura e defeitos lineares.
5.4. SOFTWARE PARA EMISSÃO DE
RELATÓRIO
Conforme já citamos anteriorm
5.4. SOFTWARE PARA EMISSÃO DE
RELATÓRIO
Conforme já citamos anteriormente, a máquina digital
já gera um relatório, porém é um relatório de poucas
informações, e como cada vez mais os usuários
necessitam de informações mais detalhadas possíveis,
inclusive estatísticas, estamos desenvolvendo um
software que fornecerá as seguintes informações:
- Croqui de distribuição dos tubos com indicação
da localização e da espessura remanescente, por
faixa de cores;
- Distribuição percentual por faixa de espessura;
- Registro gráfico dos pontos críticos.
Apresentamos como exemplo a distribuição dos tubos
de um trocador de calor com a distribuição das
espessuras por faixa de cores.
Figura 7 - Espessuras remanescentes
6. CONCLUSÃO
O ensaio IRIS tem demonstrado ao longo dos últimos
anos ser uma técnica confiável para a inspeção de
tubos de trocadores de calor e de caldeiras.
Em função disto é muito importante que ocorram os
desenvolvimentos citados e outros que os clientes cada
vez mais solicitam.
7. REFERÊNCIAS
- Vander Oliveira, R & Carneval, R. O., “Inspeção de
Tubos Ferromagnéticos de Permutadores de Calor”,
Anais do XII Congresso Nacional de Ensaios Não
Destrutivos, pp 139-159, São Paulo, 1993.
- Birchall M. & Sevciuc N., “Heath exchanger and
boilers tube thickness measurement by ultrasonic
internal rotary inspection system (IRIS)”, Proceedings
of the 13th World Conference on Non-Destructive
Testing, Vol 1, pp 816-822, São Paulo, Brazil, 1992.
- Sevciuc N. & Birchall M., “Inspeção de Tubos de
Trocadores de Calor e Caldeiras pelo método IRIS –
Internal Rotary Inspection System”, Anais do 25º
Congresso Anual de Celulose e Papel da ABTCP, São
Paulo, Brasil, 1992.
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