19.07.2011
Fonte : EAS News
Dilma diz que Brasil será 6º país a fabricar submarinos nuclearesRio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que o país entrará no clube de países com capacidade de construir submarinos com propulsão nuclear, uma tecnologia que até agora só cinco nações dominam. "Brasil passará a fazer parte do pequeno grupo de países que tem conhecimento e tecnologia para construir submarinos (nucleares)", afirmou Dilma em seu programa semanal de rádio ao referir-se ao início, no sábado, as obras do estaleiro em que serão construídos os submersíveis com tecnologia francesa. Segundo Dilma, essa tecnologia "é dominada por poucos países" e ressaltou que "só China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia têm esse domínio". "Em breve o Brasil vai entrar nessa lista", acrescentou em seu programa "Café da manhã com a presidente". A participação de Dilma no sábado no corte simbólico de uma lâmina de aço na sede da estatal Nucleobrás Equipamentos Pesados (Nuclep) em Itaguaí, cidade no litoral sul do Rio de Janeiro, representou o início do projeto para construir no país quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear. Os cinco submarinos estão previstos no acordo de cooperação militar que o Brasil assinou com a França em 2009 e que prevê também a transferência de tecnologia. "A capacidade de produzir submarinos é estratégica, tanto para a defesa do país quanto do crescimento econômico. Quando fizemos o acordo com o Governo francês uma das condições que pusemos foi a que profissionais brasileiros pudessem aprender com os franceses como são feitos os submarinos", afirmou Dilma. Segundo o governante, o Brasil não queria só comprar submarinos, mas aprender a construí-los e "depois fazer quatro submarinos convencionais (a diesel) estaremos prontos para desenvolver, sozinhos, um submarino movido a energia nuclear", acrescentou. A presidente esclareceu que apesar de o Brasil ser um país pacífico, não envolver-se em guerras, é importante ter capacidade para desincentivar qualquer "espírito de agressão". "Soberania é soberania, e ter um submarino é uma garantia de soberania, porque a principal via de circulação de nosso comércio exterior é o mar", afirmou o governante, quem destacou também a necessidade de defender as enormes reservas petrolíferas que o Brasil descobriu em águas muito profundas do oceano Atlântico. "É uma riqueza incalculável que temos em nossos mares e que tem de ser protegida como um tesouro. Esses submarinos vão nos ajudar a cuidar dessa riqueza", afirmou. Dilma disse que o projeto vai incentivar a economia e a indústria naval, já que cada submarino precisa de 36 mil peças que serão produzidas por 30 empresas brasileiras, e a construção do estaleiro e de uma base naval vai gerar 9 mil empregos diretos e 27 mil indiretos. Segundo a Marinha, o cronograma do acordo bilateral de cooperação prevê a inauguração da unidade de fabricação de estruturas metálicas em novembro de 2012, a conclusão do estaleiro em 2014 e o início de operações da base naval para os submarinos em 2015. A previsão é que o primeiro dos quatro submarinos convencionais seja oficialmente entregue à Marinha brasileira em 2017 e o de propulsão nuclear em 2023. (Agência EFE)
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